PETER NIERS: O BRUXO CANIBAL

Peter Niers era um camponês na Alemanha, no século 16, onde ficou conhecido como o bruxo canibal que arrancava e devorava os fetos de mulheres grávidas. O suposto mago foi um assassino em série e chegou a cometer um total de 544 assassinatos, dentre eles, 24 fetos mortos a sangue frio. Foram 15 anos de crimes que misturaram fatos com folclore germânico.

Normalmente, o assassino carregava os fetos de bebês na sacola, que segundo o folclore germânico aquele material macabro o ajudaria a ficar invisível, uma habilidade para conseguir fugir da prisão. Mas, sem os fetos, ele jamais conseguiu escapar. 

A história foi descrita por Johann Wick, hoje considerado um repórter do século 16, em seus panfletos, finalizados no ano de 1583. Porém, os poderes mágicos de Niers eram simplesmente uma crença, algo que jamais foi comprovado. 

Niers começou a matar logo no início da Guerra dos Camponeses, em 1525. A revolta foi a maior da Europa antes da Revolução Francesa. Enquanto camponeses saíam armados e cercando castelos de senhores feudais, as taxas de criminalidade aumentavam na Alemanha, naquela época 15% dos crimes foram homicídios. No meio desse caos, o bruxo começou a agir, na cidade de Alsácia, França, que ficava no meio do conflito campesino, Niers montou uma gangue com aproximadamente 24 bandidos. Ele viajou com o grupo criminoso até a Holanda, sul da Alemanha, e o oeste francês. Durante 11 anos, eles cometeram roubos, estupros e assassinatos, aterrorizando viajantes em estradas.

Em 1577, Niers e seus parceiros foram capturados. Um dos assassinos havia dedurado a gangue e o bruxo foi torturado. Ele confessou ter matado 75 pessoas, o que explicou o desaparecimento de várias mulheres da região. Porém, logo após a confissão, o mago conseguiu escapar da prisão antes de sua pena de morte. Logo após alcançar essa proeza, começaram a surgir boatos sobre as suas habilidades mágicas. Muitos diziam que ele era capaz de ficar invisível e se transmutar em cachorros, gatos e cabras. 

Devido a essas histórias, surgiram canções populares e livros sobre a história de Peter Niers. Historiadores diziam que os crentes no folclore germânico acreditavam que velas feitas com a pele e a gordura de fetos permitiam ao mago ficar invisível e invadir casas para assaltar. Além disso, o bruxo também adquirira o poder da transmutação pois era canibal e devorava alguns dos fetos para poder se transformar em animais e pedras, aproveitando também para devorar os cadáveres das mães grávidas. 

Em 1579, surge uma ordem de prisão, na qual o assassino é descrito como “meio velho”, com dedos tortuosos e uma cicatriz no queixo. Porém, a descrição dele variava muito, já que a lenda popular dizia que ele já foi visto na forma de um soldado e de um leproso, fora quando ele supostamente não surgia como um bode. 

Os anos de magia de Peter Niers tiveram um fim perturbador em 1581. Antes de ser morto, ele estava fugindo para não ser preso. Tentou se esconder na hospedaria The Bell, no distrito rural alemão de Neumarkt. O bruxo pediu que o estalajadeiro ficasse com o seu saco de magia negra, onde ele carregava seus feitiços e os fetos que engolia. O plano de Niers era ir até uma casa de banho, onde se limparia, enquanto tomava banho, os camponeses pressionaram o estalajadeiro para que ele abrisse o misterioso saco. Quando todos viram os itens de magia negra, Niers foi identificado e apreendido. 

Por estar sem seus itens, acreditou-se que ele não conseguiu ficar invisível e por isso não pôde fugir. O assassino confessou todos os seus crimes e como punição, foi torturado por três dias. No primeiro dia, parte da pele foi removida e óleo quente foi colocado nas feridas. Já no segundo dia, os seus pés foram colocados acima de brasas, para, em parte, assá-lo vivo. No último dia, ele foi amarrado em uma roda de tortura medieval para que seus ossos fossem quebrados até que, sua morte chegasse. Após tudo isso, diz a lenda que, por algum motivo misterioso, o mago ainda não tinha morrido, pois tinha um pacto com o diabo, ou assim se acreditou na época. Seu carrasco decidiu então cortar os órgãos para que ele morresse de uma vez.