O MISTÉRIO DA MORTE DE ELISA LAM

Por Isabella Scala

Desde 2013, um mistério ocorrido no Cecil Hotel, conhecido pelos assassinatos ocorridos na sua propriedade, ficou famoso pelas suas circunstâncias. Elisa Lam, estudante canadense de 21 anos, foi encontrada morta na caixa da água do hotel. Seu assassinato nunca foi resolvido.

Mas não ser resolvido não é o que faz o caso ser famoso. O caso tomou notoriedade quando imagens das câmeras de segurança, que mostra, Elisa claramente tentando fugir e se esconder, foram divulgadas. Ela não foi mais vista depois disso.

Para entendermos melhor o caso, devemos analisar sua linha do tempo.

Em 26 de dezembro de 2013, Elisa chegou em Los Angeles. Ela planejada fazer uma viagem solo pela Costa Oeste dos Estados Unidos como um momento de lazer e descanso da sua vida na Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver.

Elisa havia combinado com os seus pais, que estavam preocupados com a segurança da filha viajando sozinha, que entraria em contato todos os dias para avisar que estava bem. Quando ela não entrou em contato no dia 31 de dezembro, o dia do assassinato, os seus pais entraram em contato com a polícia local, que não encontrou a jovem nos arredores do hotel.

As teorias, que vão de um dos funcionários matou Elisa, até teorias que envolvem o sobrenatural, começaram por causa das câmeras de segurança. Ao entrar no elevador, a vítima aperta todos os botões do piso do hotel, e depois coloca a cabeça para fora do elevador, como se estivesse procurando alguém. Em seguida, ela se esconde no canto da porta, antes de sair do elevador.

Duas semanas depois do ocorrido, seu corpo foi encontrado dentro da caixa d’água do hotel, graças à alguns hóspedes que reclamaram que a água estava com baixa pressão e com uma cor escura. Quando a equipe de manutenção foi verificar, eles encontraram o corpo nu de Elisa. As roupas que a vítima usava nas imagens da câmera de segurança boiavam ao seu lado.

Os pais de Elisa, David e Yinna Lam, entraram com um processo de morte por negligência contra o Cecil Hotel. O advogado da família afirmou que o hotel tinha o dever de “inspecionar e procurar perigos no hotel que apresentassem um risco irracional de perigo para [Lam] e outros hóspedes”.

Os advogados do hotel argumentaram que eles não tinham motivos para pensar que alguém conseguiria entrar nas caixas d’água. Santiago Lopez, o primeiro a encontrar o corpo, é a favor dessa declaração. Ele explica a trajetória complicada que alguém teria que fazer para entrar na caixa d’água: 1) subir a escada de incêndio. Apesar de haver três delas no hotel, ambas são na parte externa e ela teria que sair por uma janela. Além do mais, ninguém notou a presença dela por esse caminho; ou 2) passar por uma porta que dá acesso direto ao terraço, mas que, por motivos de segurança, ela fica constantemente trancada e um alarme sonoro é ativado quando alguém passa por ela. Apenas os funcionários saberiam como desativar o alarme. Quando ativado, o alarme faz barulho nos dois últimos andares do hotel, além da recepção.

Além disso, para conseguir entrar na caixa d’água, ela teria que subir uma escada de 3 metros, empurrar a tampa de 10 quilos, entrar, e achar uma maneira de conseguir fechar a tampa por dentro. Tudo isso parece improvável levando em conta o estado físico que a vítima se encontrava.

O histórico macabro do Cecil Hotel vem desses fatos: o assassinato da Dália Negra em 1947; o fato que Richard Ramirez, o “Perseguidor da Noite”, um assassino em série, ficou hospedado no hotel de 1984 a 1985; em 1991, o assassino Jack Unterweger, conhecido como o “Estrangulador de Viena”, passou pelo hotel.

Por mais que a causa oficial de morte de Elisa Lam seja afogamento acidental, as circunstâncias e seu assassinato ainda continuam um mistério.